sábado, 4 de outubro de 2008

Eleições 2008: "Esolha seu próximo algoz ou diga não a todos eles"


"Temos guardado um silêncio bastante parecido com a estupidez"
Eduardo Galeano

Estava pensando outro dia sabem...
Vocês sabiam que uma grande parte do congresso brasileiro é composta por grandes latifundiários, donos de universidades e empresários (ou representantes diretos destes)? Sendo assim, como podemos pensar em democracia? Porque, obviamente, a maioria da população brasileira não é proprietária de terras, etc, etc, não é mesmo?
Ou seja, o sistema político brasileiro não é nem um pouco democrático. Os interesses do estado não coincidem com os interesses da nação, ou do povo.
E, na minha opinião, votar é aprovar o sistema político vigente, e dar aval para essa farsa democrática. No fim das contas, é uma ditadura de uma minoria sobre a maioria do povo brasileiro, que nunca vê suas necessidades atendidas. E quem pode mudar isso além de nós mesmos?
Sabem, já repararam em como a mídia faz questão de colocar a culpa do fracasso e da corrupção da política brasileira na população? É a velha estória, a política vai mal por que o povo não vota com consciência. E isso é simplesmente absurdo. Seria bacana se o mesmo jornal nacional que proclama o “voto consciente”, definisse o que esta entidade metafísica significa. Talvez, seja apenas uma quimera...
A própria estrutura político partidária do país não permite que se vote conscientemente
A população não tem o menor controle sobre a política, não tem informação.
A propaganda eleitoral resume-se a seu próprio nome: “propaganda”. O principal objetivo é vender. E hoje em dia nem sequer querem vender uma ideologia, agora nos enfiam goela abaixo uma imagem tão vazia quanto uma novela das 8 . Um desfile de personagens exóticos que proclamam utopias e reformas, sem chegar a questionar acerca de quais são as demandas de maior prioridade, quais os problemas e, principalmente, qual a origem dos problemas. A propaganda eleitoral deveria deixar de ser propaganda. A política do país tem de deixar de ser tratada como mercadoria.
Enquanto me é vedada a possibilidade de votar conscientemente, fico com a única opção plausível para uma coerência trágica que julgo, talvez sem razão, ter: anular o meu voto e manifestar minha total descrença em um sistema político em que as decisões dos representantes do país são geralmente destinadas ao privilégio de uma minoria abastada, mais de estupidez do que propriamente de riquezas, em detrimento do resto, que enquanto não começar a gritar, continuará sendo o “resto”, apesar de ser a maioria, e a maioria, quando acorda, é capaz de mudar.

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