segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Fado


De meu fado farsante tal qual minha natureza enfadonha
Sonho com minha alma transfigurada em corpo
De subjetividade afinada em minha fome de objetividade
Causo sentir em caos de palavra arrebatada
De paixão em eclipse com revigorada mortificação
Faço de mim o feixe de lenha, ardente inação

Do cais mortuário ao porto secular
De minha morte acesa à luz de um grandiloqüente penar
Faço de minha mortalha a vívida miríade do pensar
Julgar de mim mesmo, passado e futuro ao presente que não é
Ao mundano que se oculte sob os lívidos fulgores de estar.


Poema - Victor Azevedo
Tela - Caravaggio

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo poema!!!
Amigo, acreditas q só agora descobri como se posta comentários sem precisar se cadastrar?? rsrs...Dá um desconto viu???
Bjs