Ontem à noite, assistindo a um desses programas que debatem questões sobre condições de vida em grandes cidades, se não me engano o tema era: “A crise do trânsito
Ao que me parece, a guerra contemporânea contra o cigarro é mais uma questão comercial que de saúde pública. Pergunto-me se um automóvel ou um equipamento industrial não deveria vir com um aviso: “Este produto provoca câncer, etc, etc...”, e com a foto de algum moribundo, ou de algum feto num vidro. Mas isso não acontece, e, a meu ver, não acontecerá. Pelo contrário, o que se vê atualmente é uma total apologia ao uso de automóveis e a uma maior concentração de agentes poluidores em nossas cidades. Hoje em dia se emplacam mais carros do que nascem pessoas. Cada vez mais aumentarão os índices de poluição atmosférica e, a não ser que você tenha um carro com um ar-condicionado de qualidade, trabalhe em um lugar que tenha um e tenha um também em casa, estará, queira você ou não, sujando os pulmões tanto quanto o fumante contra o qual, atualmente, se luta.
O discurso, político, de consciência ambiental que a grande maioria de nossos governantes tem feito é falso e vazio, ficando apenas no terreno do debate. Não é preciso ser um especialista pra perceber que o modelo de desenvolvimento que o Brasil vem adotando não é compatível com a sustentabilidade sócio-ambiental, ainda que nos digam o contrário o tempo todo. A maioria da população mundial não tem condições de ter um carro e não obtêm lucros com as atividades industriais poluidoras. E é exatamente essa maioria que mais fica exposta ao ar envenenado de nossos tempos. Vale a pena condenar tanto o cigarro? Será que a fumaça que sai dos carros, caminhões e chaminés industriais faz bem à saúde? O problema que é que o ar não é uma questão de escolha e não pode ser proibido para menores de 18 anos.
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