domingo, 24 de agosto de 2008

A Cidade


Chega a noite, finda a guerra diária.

É preciso enterrar os mortos, a vida continua

Mais morta que nossos carros.

É hora de erguerem-se, ó sombras!

Mas há alguém que não dorme,

Alguém que, velando, mantêm o real.

Dormir é turvar a realidade,

É encontrar razão no não-ser.

Na noite, onde as leis falham,

Onde a quântica não chega,

Onde “deus está morto”,

Há um homem que vive,

Que chora e que ama

E que olha o mundo

Do alto de um edifício

Por uma janela escura.

2 comentários:

Evelyne Furtado. disse...

Quem matou Deus, nao sossega, por isso não sou niilista,rs. Acredito que há sempre um anjo atento àqueles que não dormem. Seu poema é belo e o blog lindo!
Beijos

Evelyne Furtado. disse...

Quem mata Deus não dorme sossegado, por isso não sou niilista. Há sempre um anjo atento a dor daquele que não dorme.
Lindo poema e lindo blog!
Bjs